segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Prova UniRio 2007
TEXTO I
LADAINHA
Cassiano Ricardo
Por que o raciocínio,
os músculos, os ossos?
A automação, ócio dourado.
O cérebro eletrônico, o músculo
mecânico
mais fáceis que um sorriso.
Por que o coração?
O de metal não tornará o homem
mais cordial,
dando-lhe um ritmo extracorporal?
Por que levantar o braço
para colher o fruto?
A máquina o fará por nós.
Por que labutar no campo, na cidade?
A máquina o fará por nós.
Por que pensar, imaginar?
A máquina o fará por nós.
Por que fazer um poema?
A máquina o fará por nós.
Por que subir a escada de Jacó?
A máquina o fará por nós.
Ó máquina, orai por nós.
1) O movimento modernista se firma como doutrina estética, trazendo um questionamento, marcado, por vezes, pela ironia. Do
poema de Cassiano Ricardo, transcreva uma seqüência de dois versos em que há a presença de traço sutil de ironia.
2) No poema, o eu-lírico se vale de um recurso característico da poesia concreta: a fragmentação de palavras. Que efeito de
sentido ocorre na 2ª. estrofe devido à disposição da palavra “ extracorporal” ?
3) Explique por que a seqüência de orações interrogativas da 3a estrofe retoma, enfaticamente, o título do poema.
TEXTO II
SECRETÁRIA
Luis Fernando Verissimo
O teste definitivo para você saber se está ou não integrado no mundo moderno é a secretária eletrônica. O que você faz
quando liga para alguém e quem atende é uma máquina.
Tem gente que nem pensa nisso. Falam com a secretária eletrônica com a maior naturalidade, qual é o problema? É apenas
um gravador com uma função a mais. Mas aí é que está. Não é uma máquina como qualquer outra.É uma máquina de atender
telefone. O telefone ( que eu não sei como funciona, ainda estou tentando entender o estilingue) pressupõe um contato com
alguém, não com alguma coisa. A secretária eletrônica abre um buraco nesta expectativa estabelecida. É desconcertante.
Atendem — e é alguém dizendo que não está lá! Seguem instruções para esperar o bip e gravar a mensagem.
É aí que começa o teste. Como falar com ninguém no telefone? Um telefonema é como aqueles livros que a gente gosta de ler,
que só tem diálogos. É travessão você fala, travessão fala o outro. E de repente você está falando sozinho. Não é nem monólogo.
É diálogo só de um.
— Ahn, sim, bom, mmm ... olha, eu telefono depois. Tchau.
O “tchau” é para a máquina. Porque temos este absurdo medo de magoá-la. Medo de que a máquina nos telefone de volta e
nos xingue, ou pelo menos nos bipe com reprovação.
Sei de gente que muda a voz para falar com secretária eletrônica. Fica formal, cuida a construção da frase. Às vezes precisa
resistir à tentação de ligar de novo para regravar a mensagem porque errou a colocação do pronome.
Outros não resistem. Ao saber que estão sendo gravados, limpam a garganta, esperam o bip e anunciam:
— De Augustin Lara ...
E gravam um bolero.
Talvez seja a única atitude sensata.
4) Ao longo da crônica, são apresentados tipos de pessoas caracterizados pela atitude que manifestam em relação à secretária
eletrônica. Explique que tipos são esses.
5) a) Transcreva a frase que indica ter também o narrador medo da secretária eletrônica.
b) Explique o recurso lingüístico que permite inferir esse fato.
TEXTO III
Falso mar, falso mundo
Raquel de Queiroz
O mundo anda cada vez mais complicado, o que não é bom. O nosso frágil corpo humano não foi feito para competir
com a máquina, conviver com a máquina e explorá-la. A cada adiantamento técnico-científico, o conflito fica mais duro para o
nosso lado. A massificação da vida cotidiana, por exemplo. (...)
Viajar de avião — quem não tem medo adora. Por mim, detesto. Não tenho medo, mas também não acho agradável a
idéia de que estamos todos nós ali, arrumadinhos, em filas simétricas, dentro daquela lata voadora... Um menino que estudava
ciências me explicou que o vôo dos aviões a jato era comandado pelas leis da balística: o motor funciona como uma pistola
automática que constantemente estivesse disparando. O vôo é mantido pela explosão contínua do jato, como a bala é impulsionada
pela explosão da pólvora. O avião não pode cair enquanto o jato estiver mandando o seu impulso. ( Estaria o menino certo?
Tinha só doze anos!) . Mas, de qualquer forma, me senti segura e tranqüilizei os medrosos: todos sabemos que uma bala jamais
cai a meio do caminho antes de chegar ao seu ponto de alcance. Só uma senhora gorda, que mantinha a mão enfiada na bolsa,
debulhando secretamente o seu terço; essa ficou até pior, dizendo que a coisa de que tinha mais medo era de tiro, e a gente,
então, era voada por tiro? Puxou pra fora o terço e eu nunca mais tentei tranqüilizar ninguém em avião.
Mas nesta semana vi na TV uma reportagem que me horrorizou como prova de que, a cada dia, mais renunciamos às
nossas prerrogativas de seres vivos e nos tornamos robotizados. Foi a “ Praia Artificial” no Japão ( logo no Japão, arquipélago
penetrado e cercado de mar por todos os lados!). É um galpão imenso, maior do que qualquer aeroporto, coberto por uma
espécie de cúpula oblonga, de plástico. (...) Pois que debaixo daquele imenso teto de plástico está um mar, com a sua praia.
Mar que, na tela, aparece bem azul com ondas de verdade, coroadas de espuma branca; ondas que chegam a derrubar as
pessoas e sobre as quais jovens atletas surfam e rebolam. E um falso sol, de luz e calor graduáveis; e a praia é de areia
composta por pedrinhas de mármore, a cujo contato algumas moças de biquíni se queixavam de que doía um pouco. “Mas valia
a pena.”(...)
(...) Se fosse uma honesta piscina de água morna, tudo bem. Mas fingir as ondas, falsificar um sol bronzeando, de trinta e cinco
graus, e toda aquela gente se deitando com a simulação, e depois voltando para a rua vestida nos seus casacos! Me deu pena,
horror, sei lá. (...)
6) Explique o sentido da expressão “lata voadora” no 2o parágrafo.
7) O leitor pode observar uma quebra na seqüência discursiva. Interprete qual a função dos 2º e 3º parágrafos na progressão
textual, que atende à intenção comunicativa do produtor do texto.
8) Transcreva, dos textos II e III, um segmento que exemplifique, respectivamente, o verso “A máquina o fará por nós.”
(Texto I,v.14)
TEXTO IV
A memória não pode ser deletada
Augusto Cury
Nos computadores, a tarefa mais simples é deletar ou apagar as informações. No homem, isso é impossível, a não ser
quando há lesões cerebrais. Você pode tentar com todas as suas forças apagar seus traumas, pode tentar com toda a sua
habilidade destruir as pessoas que o decepcionaram, bem como os momentos mais difíceis de sua vida, mas não terá êxito.
A única possibilidade de resolver nossos conflitos (...) é reeditar os arquivos da memória, através do registro de novas
experiências sobre as experiências negativas, nos arquivos onde elas estão armazenadas. Por exemplo, a segurança, a
tranqüilidade e o prazer devem ser arquivados nas áreas da memória que contenham experiências de insegurança, ansiedade,
humor triste.
Para reeditar o filme do inconsciente existem muitas técnicas, sejam técnicas cognitivas que atuam nos sintomas, sejam
técnicas analíticas que atuam nas causas.
O ideal é unir as duas. Uma excelente maneira de uni-las é gerenciar os pensamentos e as emoções. Deste modo,
deixaremos de ser marionetes dos nossos conflitos e passaremos a ser diretores do teatro de nossa mente.
9) Para efeitos de argumentação, o emissor do texto IV apresenta exemplo, enfatizado por recurso semântico. Explique que
recurso é esse e no que ele contribui para o entendimento do 3º. Parágrafo.
10) Reescreva o segmento “ ... a não ser quando há lesões cerebrais.” ( Texto IV, 1º. §), substituindo a expressão sublinhada,
respectivamente, por
a) a menos que
b) só se

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

GESTÃO EDUCACIONAL E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO


ATIVIDADES

Pág. 50/51

Pesquise nas obras de Gramsci o que vem a ser “dirigir” uma escola unitária.

Resposta: Dirigir; dirigir-se, ter autonomia, possibilidade de ser dirigente. Tal trabalho – de governo – segundo a reforma de Gentile ficaria a cargo de um grupo seleto, isto é, dos que passaram pela escola superior. Por isso, esta reforma está destinada a reproduzir a sociedade existente. Aconteceria ao contrário na escola unitária; lá todos teriam a mesma formação, a mesma oportunidade e o estado está encarregado de dar-lhes isto.

O que vem a ser administrar uma escola?

Resposta: É o planejamento a avaliação, é a função que assegura a manutenção de uma estrutura e o regime de uma atividade na realização de um programa/ projeto. É uma influência consciente sobre determinado/ específico contexto com a finalidade de organizar, ordenar, manter aperfeiçoar e desenvolver uma programação planejada coletivamente. Administrar é uma técnica que qualquer entidade deve usar para atingir os objetivos com técnica e atuação profissional.

Como reconstruir a escola hoje?

Resposta: Temos que preparar para armar um sistema educacional para todo o nosso tempo de vida, aquilo que costuma ser chamado de Educação Permanente: um sistema que nos coloque em contato com o contínuo aumento dos conhecimentos e fontes de informação, satisfazendo a necessidade que todos têm de “compreender e controlar os resultados das pesquisas científicas e da inovação tecnológica que cada vez mais se articulam com a vida, os valores, os direitos individuais”; um sistema que assimile as transformações do trabalho e se interrogue a respeito de quais devem ser os conhecimentos “fundamentais” para que possamos viver como cidadãos conscientes em sociedades complexas e fragmentadas.
A reconstrução da escola só avançará a medida que puder contar com sujeitos e projetos. Não se trata apenas de conquistar as massas ou de sensibilizar a opinião pública, mas de encontrar formas de elevar os próprios educadores a condição de protagonistas da reforma.


Pág. 60/61

O que é mais importante: ser individualista ou solidário? Por quê?

Resposta: (pessoal) Solidário, pois somente através da solidariedade podemos contribuir e compartilhar, crescer e ajudar no crescimento dos demais.

É possível ser individualista e solidário ao mesmo tempo? Por quê?

Resposta: Não, porque o individualismo em si, refere-se a um conduta egocêntrica, visando apenas a si próprio.

A partir da história que leu nas páginas 55 e 56, escreva o que entende por “cultura do eu” e por “cultura do nós”.

Resposta: “Cultura do eu”, é pensar no individual, realizar benefícios para si, sem pensar no próximo. “Cultura do nós” é trabalhar em conjunto fazer o bem ao próximo, não pensar só em si, viver em comunidade para uma convivência mais humana e construir um mundo melhor somente com a participação a solidariedade o espírito de que só o trabalho coletivo podem construir seres humanos e a sociedade.

O que significa, para você, participação? Como podemos desenviolver a participação em nossas escolas?

Resposta: Participação é o meio pelo qual, podemos ser agentes transformadores, colaborando com esforços atos e idéias.

É importante a participação na gestão escolar? Por quê? Para quê?

Resposta: Sim o processo se gestão e o processo de coordenação da execução de uma linha de ação. È garantir a qualidade do que foi planejado e está nas políticas para ser executado

Pág. 67

Para aprofundamento de conteúdos específicos, além dos citados nas referências, leia e sintetize os conteúdos da obra de Vitor Henrique Paro:

PARO, V.H. Reprovação Escolar: renúncia à Educação. São Paulo: Xamã, 2001

____. Eleição de Diretores: escola pública experimenta a democracia. Campinas: Papirus, 1996.

Resposta: Paro (2001), dá ênfase à avaliação como responsável pelo fracasso escolar. Pesquisando sobre a resistência dos professores à promoção de seus alunos e a insistência na reprovação escolar se constitui numa “renúncia a Educação”.
De acordo com Paro (1996), a defesa da eleição como critério de escolha do diretor de escola está baseada em seu caráter democrático. É contraditório pensar na existência de uma sociedade democrática, sem considerar a democratização das instituições que compõem essa sociedade, possibilitando inclusive à população controlar o Estado no pavimento de serviços coletivos em quantidade e qualidade compatíveis com as obrigações do poder público em atendimento aos interesses dessa sociedade.
“Daí a relevância de se considerar a eleição direta, por parte do pessoal escolar, alunos e comunidade, como um dos critérios de escolha de diretor de escola pública” (PARO, 1996, p. 26-27)

domingo, 2 de setembro de 2007

Disponibilizado logo abaixo, o livro de Vygotsky sugerido pela professora Ercília Maria de Paula, "PENSAMENTO E LINGUAGEM"
eBookLibrisPENSAMENTOELINGUAGEM Lev Semenovich Vygotsky—Ridendo Castigat Mores—


Pensamento e Linguagem Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934) EdiçãoRidendo Castigat MoresVersão para eBookeBooksBrasil.comFonte Digitalwww.jahr.org “Todas as obras são de acesso gratuito. Estudei sempre por conta do Estado, ou melhor, da Sociedade que paga impostos; tenho a obrigação de retribuir ao menos uma gota do que ela me proporcionou.” — Nélson Jahr Garcia (1947-2002)Copyright:Autor: Lev S. VygotskyEdição eletrônica: Ed Ridendo Castigat Mores(www.jahr.org)

ÍNDICE
ApresentaçãoNélson Jahr GarciaBiografia do autorPrefácio1. O problema e a abordagem2. A teoria de Piaget sobre a linguagem e o pensamento das crianças3. A teoria de Stern sobre o desenvolvimento da linguagem4. As raízes genéticas do pensamento e da linguagem5. Gênese e estudo experimental da formação dos conceitos6. O desenvolvimento dos conceitos científicos na infância7. Pensamento e linguagemNotasBibliografia (notas biliográficas)

PENSAMENTOE LINGUAGEM

Lev Semenovich Vygotsky

APRESENTAÇÃO
Nélson Jahr Garcia

Vygotsky, um gênio da Psicologia. Quanto não poderia legar-nos se não tivesse partido tão jovem?
Agradeço ao Odair Furtado, professor de Psicologia da PUC-SP que, há vários anos, indicou-me esta obra como de leitura quase obrigatória. Aprendi a entender minha filha, criança ainda, compreendi melhor os adultos e a mim próprio inclusive.
Vygotsky estava preocupado em entender a relação entre as idéias que as pessoas desenvolvem e o que dizem ou escrevem. Não o fez apenas especulando em uma mesa de escritório, mas foi a campo, pesquisou, fez experiências. Extraiu conclusões como:
“A estrutura da língua que uma pessoa fala influencia a maneira com que esta pessoa percebe o universo ...”
Para aqueles que vêem na linguagem apenas um código aleatório, o autor responderia:
“Uma palavra que não representa uma idéia é uma coisa morta, da mesma forma que uma idéia não incorporada em palavras não passa de uma sombra.”
Vygotsky desenvolveu inúmeros conceitos fundamentais para que compreendamos a origem de nossas concepções e a forma como as exprimimos: “pensamento egocêntrico”, “pensamento socializado”, “conceito espontâneo”, “conceito científico”, “discurso interior”, “discurso exteriorizado”, e tantos outros.
Para quem se interessa por entender as ideologias, comunicação, aprendizagem, doutrinação, persuasão esta é uma obra básica e indispensável.

domingo, 5 de agosto de 2007

A história do computador

Computador, como definido pelo Dicionário Brasileiro Globo, é "Aquele que faz contas". Na verdade, hoje em dia, as operações que podem ser realizadas por um computador vão bem além das contas "triviais" que marcaram o seu início, e que motivaram a sua construção.
Historicamente, o primeiro artefato humano utilizado para realizar contas foi o ábaco. A sua origem remonta a Ásia Menor, 500 anos atrás. Existiram várias formas de ábacos, idealizados pelas várias culturas em que foram usados/criados. No entanto, o seu uso sofreu franca diminuição, sobretudo na Europa, a partir da consolidação do uso do papel e da caneta.
Seguindo a linha histórica, e lidando com "engenhocas" mais sofisticadas, é criada por Pascal, em 1642, a primeira máquina de calcular de que se tem notícia. Ela funcionava através de engrenagens mecânicas, e conseguia realizar somente a soma. No entanto, 52 anos depois, Leibniz aprimora o invento de Pascal, de tal forma que a nova "calculadora" mecânica já era capaz de realizar a multiplicação, além da soma.
Apesar disso, é somente a partir de 1820 que as máquinas de calcular mecânicas começam a ser amplamente utilizadas. Já nesta época, Charles de Colmar inventa uma nova calculadora, que consegue realizar todas as quatro operações aritméticas básicas: soma, subtração, divisão e multiplicação. E este era o estágio em que se estava até a I Guerra Mundial, na era da computação mecânica.
Mas o início real do desenvolvimento dos computadores como os conhecemos hoje se deve a Charles Babbage, matemático inglês que, em 1812, percebe uma " harmonia natural entre máquinas e matemática". Não se deve perder de vista que Babbage vivia no contexto da Revolução Industrial inglesa, que estava mudando radicalmente a forma de ver, pensar e agir da sociedade européia da época. Segundo observou Babbage, as operações matemáticas repetitivas poderiam ser desenvolvidas com mais agilidade e confiabilidade pelas máquinas do que pelos homens. Estimulado por isso, ele idealizou uma máquina à vapor, que seria capaz de realizar cálculos matemáticos mais complexos do que as quatro operações aritméticas básicas. Esta máquina, maior do que uma locomotiva, nunca foi construída na prática, mas as idéias do seu idealizador foram fundamentais para os progressivos avanços na computação mecânica.
Em 1889, Herman Hollerith, inventor americano, e fundador da empresa que deu origem à IBM, estava às voltas com um problema norte-americano: estava sendo realizado um censo demográfico no país, mas se temia pela quantidade de tempo necessário para apurar todos os resultados desejados. Para piorar o caso, no censo realizado 10 anos antes, foram necessários sete anos para se chegar aos reultados buscados. Por conta disso, acreditava-se que, para este novo censo, seriam necessários 10 anos de análise.
No entanto, com a máquina inventada por Hollerith, o resultado do censo foi apurado em apenas seis semanas. Além da agilidade que conferiu ao processo, a máquina deste americano trazia consigo a idéia de cartões perfurados para amazenar dados. Ou seja, os cartões perfurados seriam naquela época algo parecido ao que são agora os disquetes (guardadas as devidas proporções).
Mas um problema que estes computadores mecânicos apresentavam, é que as suas engrenagens eram muito numerosas e complexas. Por conta disso, em 1903, é proposto um computador 100% eletrônico, e que utilizava a álgebra booleana. A álgebra booleana é a famosa álgebra binária, do verdadeiro ou falso, do 0 ou 1, e é a base de todos os sistemas computacionais de hoje em dia.
Mas foi a partir da II Guerra Mundial que o desenvolvimento dos computadores eletrônicos ganhou mais força, quando os governos perceberam o potencial estratégico que estas máquinas ofereciam. Assim, os alemães desenvolveram o Z3, computador capaz de projetar aviões e mísseis. Pelo lado britânico, foi desenvolvido o Colossus, utilizado para a decodificação das mensagens alemães.
Com o fim da guerra, e o início da Guerra Fria, a corrida pelo desenvolvimento de novos e mais poderosos computadores só aumentou. Um marco neste desenvolvimento foi a construção do ENIAC. Ele era tão grande, que consumia energia equivalente a um bairro inteiro da cidade da Filadéfia. A importância do ENIAC é que ele, diferentemente de todos os computadores que foram desenvolvidos anteriormente, não era destinado a uma operação específica (projetar aviões/mísseis, ou decodificar códigos), mas poderia ser usado de maneira geral, parecido com o que fazem os computadores hoje.
ENIAC:

Em meados dos anos 40, John von Neumann, juntamente com a equipe da Universidade da Pensilvânia, propõe a arquitetura de computadores, que marcaria (e alavancaria) o desenvolvimento destas máquinas até os dias de hoje. Esta arquitetura era formada por uma unidade que centralizaria o processamento da máquina (a CPU), e por uma outra que armazenaria os programas (as funções a serem realizadas), que era a unidade de memória.
Com o tempo, os componentes do computador foram mudados das dispendiosas válvulas, para os mais baratos, econômicos e "miniaturizáveis" transistores. Com isso, os computadores puderam diminuir de tamanho, e consumir menos energia. Isto os tornava mais acessível, fisica e economicamente, para outras pessoas e instituições.
Além disso, para fazer com que a máquina executasse as funções que se desejava, era necessário que isto "fosse informado a elas". Da mesma forma como uma pessoa se comunica com outra através de alguma linguagem (oral, escrita ou gestual) que ambas dominam, era necessário que o programador "se comunicasse com a máquina" através de uma linguagem que os dois "entendessem". Nos primeiros computadores, esta linguagem era demasiadamente complicada para os seres humanos. No entanto, com o tempo, as liguagens foram se tornando mais claras para os homens , o que motivava a utilização do computador por mais gente.
O último marco nesta evolução, para chegarmos aos computadores como conhecemos hoje, foi a invenção dos sistemas operacionais, dos quais o Windows é um exemplo. Estes sistemas permitem que vários programas estejam rodando ao mesmo tempo, conferindo grande flexibilidade ao uso do computador.
Por conta disso tudo, os computadores começaram a se tornar mais baratos, mais "amigáveis" e mais "úteis" às pessoas comuns. Por isso, sobretudo a partir da década de 80, os computadores começaram a se popularizar, e hoje são realidade para milhões de pessoas no mundo inteiro.
Mas se os computadores, como aconteceu, foram se tornando mais poderosos e utilizados, também cresceu enormemente a quantidade de dados espalhados pelo mundo, e a necessidade/possibilidade de pessoas se comunicarem com outras virtualmente (à distância). Esta é a base, então, do surgimento e da consolidação do uso das redes de computadores, e da internet, no mundo de hoje.

Fonte: http://www.abacohp.hpg.ig.com.br/shistdocomp.html